Sunday, April 16, 2006

Quando me sinto velha....

...Há quem diga que velhos são os trapos! Pois bem eu de vez em quando sou um trapo. Porque? Porque falo de um filme que ninguém conhece, ou coloco uma música oiço aquela expressão: "É pá, isso é tão velhinho!". Mas, um dos momentos mais gratificantes que vivi passou-se em redor da música e daqueles grandes momentos de acaso, que a todos acontece, certo?
Os ingredientes para esta história são 4 pessoas dentro de um carro a cantar uma música (do tempo em que os dinossauros ainda habitavam a terra) dos Rádio Macau…aquela em que queremos “pintar o céu em tons de azul”, entretanto o carro dá sinais que quer ser alimentado na bomba mais perto de si, e parámos numa bomba, daquelas em que ainda somos servidos, sabem: abrimos o vidro, damos a chave do carro ao senhor que irá colocar a gasolina no veículo. Ao abrir o vidro para dizer a quantidade de “comida que o faminto motor” necessitava, o som e a alegria que estava dentro do carro, motivados pela música dos Rádio Macau, tornou o senhor da bomba da gasolina imóvel e melancólico, ele olhou para nós e disse: “Já ganhei a noite, vocês nem sabem o bem que me fizeram, eu era o baixo dos Rádio Macau na altura que essa música saiu!” (já sei que estão a pensar que falei com um centenário, não, não era assim tão velho! Ainda conseguia ouvir e ver!)
Nós dentro do carro ficamos estupefactos, para não dizer estúpidos com o acaso, e é preciso tão pouco para se ganhar o dia.

Em suma a música é muito importante na minha vida e escrevo este post e esta história porque a escrita também é importante na minha vida, assim como a leitura. Neste momento numa das minhas cadeiras semestrais (antropologia do turismo) quero criar um objecto, alternativo, de turismo em Lisboa. Visitantes, leitores bondosos digam-me, por favor, músicas que vos façam lembrar Lisboa, os seus recantos e as suas ofertas. Vocês serão a minha amostra. Quero as vossas idades, quanto ao género sexual eu adivinho.

Quero sentir que existem coisas intemporais e omnipresentes, as letras e as melodias!

P.S. Dentro do carro estavam 4 espécies de seres humanos em extinção, sendo que uma delas vos está a pedir um favor, conservem este ser humano e a sua crença de que ligam alguma coisa a este BLOG!

7 Comments:

Blogger Violeta Viole(n)ta said...

Baixista e agora gasolineiro, porra! Ainda bem q n fui pra música, tou muito melhor em antropologia, ou n...

marta, as caras q as pessoas fazem n é de "ai q velha q ela +e!" é mais qq coisa como, "E Umato esta tipa, ela n parece ter a idade q tem!" eu sei pq ja senti essa vontade, lol.
Além disso, eu lembro-me dessa música e ouvia-a bastante..


A música é arte mestra, ja o dizia o maluko do Nietzsche

2:59 PM  
Blogger Marta said...

Violeta e que músicas te fazem lembrar Lisboa? Quando pensas em Lisboa vem-te à cabeça alguma música? Qual?

4:08 AM  
Blogger Violeta Viole(n)ta said...

hum ... n sei.
Acho q me lembro mais de músicos e bandas e é conforme o sitio.
Bairro alto - Jorge palma
Alfama, Tejo - Madredeus

vou pensar melhor ...

3:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

"Lisboa que amanhece", do Sérgio Godinho. Também é interessante ouvir a versão mais melodiosa cantada em dueto pelo Sérgio Godinho e o Caetano Veloso porque nos remete para a Lisboa terna, de luz suave, que se estende pelo do rio na direcção das colinas.

5:33 AM  
Blogger Marta said...

Agradeço a vossa contribuição e logo que possivel colocarei o trabalho on -line. São uns fixxes! Ler a indicação de uma música de Sérgio Godinho deu-me vontade de agarrar outra vez o trabalho...obrigada e até breve!

4:53 AM  
Anonymous Anonymous said...

Eu não fou fã de fado, mas há pouco tempo fui apresentado a este.. e acho que define Lisboa na perfeição!:) Como madeirense que sou, não sei se serei a melhor pessoa para dar opiniões nesta matéria... mas aqui fica:

Lisboa Menina e Moça


No castelo ponho o cotovelo
Em Alfama descanço o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar

À Ribeira encosto a cabeça
A almofada da cama do Tejo
Com lençois bordados à pressa
Na cambraia de um beijo.

Refrão:
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios sãos as colinas, varina
Pregão que me traz à porta ternura

Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade amor da minha vida

No Terreiro eu passo por ti
Mas na Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha sorri
És mulher da rua.

E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que sei inventar
A aguardente de vinho e medronho
Que me faz cantar.

Refrão

Lisboa do amor deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade mulher da minha vida

Carlos do Carmo

9:08 AM  
Blogger Marta said...

Taz que bela recordação, que belo quadro em familia. Ao fim de semana os meus pais tinham por habito colocar os seus discos, e entre eles estava o Carlos do Carmo. Lembrei-me de outra música: Ó tempo volta para trás...Sim muito obrigada.

4:38 PM  

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