Friday, November 28, 2008

Welcome to anthropology


the most scientific of the humanities
the most humanostic of the sciences

"Anthropology is the comparative, evolutionary and historical study of humankind. It is both a theoretical and a field-based discipline." http://www.ucl.ac.uk/Anthropology/

Tuesday, September 23, 2008

Boas medidas? Desajustadas?

A antropologia, “a ciência do homem”, que se preocupa com o individual e com a vida do indivíduo em sociedade, está cada vez mais próxima, não sendo isto sinónimo de mais activa, no dia-a dia.
Esta proximidade chega-nos através de preocupações com as singularidades de cada indivíduo e as suas necessidades. A actual campanha do Governo, atribuição de um vale cheque para a aquisição de lâmpadas de baixo consumo, é uma das demonstrações que a antropologia tem diferentes e várias formas de ser abordada.

Primeiro sendo o Governo um órgão nacional que se ramifica às pequenas freguesias ou pequenos locais poderá assegurar que um cheque é o suficiente?

Segundo pode o governo explicar a uma minoria de pessoas porque o Reduzir e o Reutilizar são substituídos pelo consumo rápido?

Terceiro poderá o governo ter um papel educativo e de alerta naquilo que importa para que o meio ambiente possa garantir a sustentabilidade?

Não sei se me faço explicar…ao governo, mas espero que aos antropólogos a preocupação com a realidade e com o indivíduo seja mais próxima. Que essa proximidade nos torne mais activos, mais empenhados e mais necessários …a nós, à sociedade e ao próximo.

Não deverá a antropologia educar? dar voz? por-se em bicos de pés e legitimar a necessidade da sua utilização para demonstrar que se está genuinamente interessado em construir um futuro sustentável?

Friday, June 27, 2008

Pelas ruas de Lisboa …

Saí do Metro na estação do Rato, procurava uma rua, dei comigo a olhar em redor para encontrar um polícia, um taxista…afinal eles conhecem todas as ruas de Lisboa, certo?


Mas ao sair do Metro percebi que aquela saída, foi uma má escolha, tinha ficado longe destas referências de localização, contudo bem à frente dos meus olhos consegui vislumbrar um quiosque, e raciocinei: “quiosque é comércio de rua e uma rua é o que eu procuro” e se rápido pensei , mais depressa caminhei até ele.


Olhei para o vendedor, esbocei um sorriso e pensei: “ele é indiano, será que ele é que me vai indicar uma rua de Lisboa, a mim, uma lisboeta?”

E foi a pura das verdades não só me indicou o caminho como me disse quanto tempo iria demorar. Sorri e agradeci.


E de seguida pelas ruas de Lisboa encetei pelo caminho que ele me indicou, divagando entre pensamentos cruzados que questionavam o meu pré-conceito inicial.


Num mundo global, Portugal não é um espaço físico de portugueses, mas de pessoas. Pessoas diferentes, que podem conhecer Lisboa melhor do que aqueles que já estão acostumados a ela, os que por defeito possuem naturalidade olisiponense.

Enquanto descia a rua continuava pensando num episódio, recentemente, discutido pela Câmara Municipal de Lisboa, a reunião do comércio importado num único local, onde as pessoas poderiam encontrar os produtos que querem num determinado espaço físico. Imitando o exemplo de Chinatown.

Concluiu-se que esta era uma má opção, que iria isolar as comunidades.

Eu não sei qual será a melhor opção, mas como pessoa e como antropóloga defendo que quem deve escolher, se tiver que se escolher, deverá ser quem for directamente afectado. Portanto devem ser os próprios a decidirem o que é melhor para si.

E foram exactamente, aqueles, 10 minutos que demorei a chegar aqui...

Tuesday, June 24, 2008

Reanimação

Não posso deixar de alertar para o que está acontecer ...
Não sou a favor da intervenção através da guerra, nem o desejo...continuo a acreditar na força das palavras.
...incomoda-me este mundo que me rodeia...


"Líder da oposição refugiado na embaixada holandesa. Zimbabwe: ONU condena violência contra a oposição." Jornal Público


"O Conselho de segurança da ONU condenou hoje a campanha de violência e de intimidação contra a oposição no Zimbabwe, que torna “impossível” o normal desenrolar de eleições livres e igualitárias.Numa declaração adoptada por unanimidade, o Conselho condenou “a campanha de violências contra a oposição política nas vésperas da segunda volta das eleições presidenciais”.O Conselho condenou ainda “o comportamento do governo que nega ao seus opositores políticos o direito de fazerem livremente a sua campanha”.As violências e restrições “tornaram impossível a realização de eleições livres e igualitárias no dia 27 de Junho”, acrescenta o texto, lido pelo embaixador americano na ONU, Zalmay Khalilzad, que preside ao Conselho em Junho.Embaixador do Zimbabwe na ONU rejeita pedido de adiamento eleitoralPor seu lado, o embaixador do Zimbabwe junto das Nações Unidas rejeitou hoje o pedido feito ontem pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o adiamento da segunda volta das presidenciais, apesar da desistência do candidato da oposição."Não vejo porque motivo ele [Ban Ki-moon] chegou a essa conclusão", afirmou o embaixador Boniface Chidyausiku, entrevistado pela rádio pública sul-africana SAFM."Na qualidade de chefe da diplomacia da ONU faria melhor se entrasse em contacto com o povo, o governo e os actores [neste processo] no Zimbabwe", adiantou. "Mas utilizar a tribuna de Nova Iorque para pedir um adiamento da segunda volta é absurdo", defendeu.Tsvangirai só sai da embaixada holandesa quando for seguroEm Harare, o chefe da oposição – refugiado na embaixada holandesa na capital do Zimbabwe – indicou hoje à AFP que só irá sair quando estimar que a sua segurança estará assegurada.“Estou a avaliar a minha situação e logo que esteja certo da minha segurança, sairei”, disse o chefe do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), interrogado por telefone.”Os meus anfitriões dizem-me que poderei ficar enquanto considere que não é seguro partir”, acrescentou, precisando que irá provavelmente abandonar a embaixada “nos próximos dois dias”.Tsvangirai renunciou no domingo a participar na segunda volta eleitoral, prevista para sexta-feira, contra o chefe de Estado Robert Mugabe, por causa das violências desencadeadas contra os seus apoiantes.Morgan Tsvangirai considerou ainda ser “impossível” o desenrolar de um escrutínio nas “actuais condições”.Mugabe acusa Washington e Londres de mentiremParalelamente, o Presidente do Zimbabwe acusou o Reino Unido, os Estados Unidos e os seus aliados de mentirem sobre a situação vivida no seu país para poderem – no seu ponto de vista – justificar uma intervenção no Zimbabwe, avançou hoje de madrugada um dos órgãos oficiais do regime, o “Herald”.“O Reino Unido e os seus aliados contam uma série de mentiras acerca do Zimbabwe, dizendo que está a morrer muita gente. Eles dizem todas essas mentiras porque eles querem criar uma situação que justifique uma intervenção sua no Zimbabwe”, declarou o Presidente. Mugabe proferiu estas declarações ontem à noite diante de perto de 15 mil pessoas reunidas em Chipinge, no sudeste do país, no dia seguinte ao anúncio de retirada de Morgan Tsvangirai.Ao passo que o regime parece estar determinado a manter a segunda volta das presidenciais, o líder da oposição reclamou a anulação da primeira volta e a organização de um “escrutínio especial” numa atmosfera livre e justa."Não se trata de uma eleição falsificada", disse ainda Robert Mugabe."
Será que o poder torna os homens loucos?

Monday, October 23, 2006

A (d)estruturação familiar

Estou farta de ouvir comentários sobre a inexistência de chineses idosos, esta inexistência é segundo relatos mirabolantes devida a actos cruéis dos chineses.
Parece que para uns é mais fácil acreditar em histórias fantásticas do que tentar conhecer.
Afinal sempre foi mais fácil criar um monstrengo ou um gigante Adamastor. É por um lado mais poético e por outro lado, um motivo para valorizar o povo português que apesar de todo “acagaçado”, é o aventureiro.
Sobre as histórias dos chineses e dos seus idosos aconselho os ocidentais a aprenderem a tratarem dos seus idosos como os asiáticos e os africanos cuidam.

É sem dúvida muito confortável cuidar dos idosos internados em lares, ou esquecerem-se deles em hospitais. …

Relembro um episódio da série Sexo e a Cidade, que de vez em quando nos faz arrepiar, rir e chorar de tão real que se torna.
Quando Miranda (a advogada), dá banho à sua sogra e a sua empregada ao vê-la, dá-lhe um beijo e diz a Miranda: “Isso é amor.”

Não à (d)estruturação das famílias.
Destrói os boatos não as famílias!

Friday, September 29, 2006

Um antropólogo em cada posto!

Não acredito que quando escolhemos Antropologia queriamos todos ser professores ou investigadores ou trabalhar em Câmaras...

Que paixão mais forte no levou a este curso?

A minha foi a sede de conhecimento que aos 12 anos me fez ler o Manifesto Comunista, mas e depois de ter feito o curso?
Ficou só a vontade de conhecer?

Bem ... eu acho que é preciso um antropólogo em cada posto...

Acho que está em nós, recém-licenciados , o poder de mudar o caminho da antropologia e tira-la do gabinete e das mãos de uns poucos iluminados.

Sabenm que nós podemos trabalhar com a policia?
Com advogados,
Com escolas,
Com médicos?

Que me dizem de lutarmos para dar um papel a nós, antropólogos, prático e não teórico?

Eu já tenho a minha ideia, usando a antropologia da performance e o antropologo como agente de intervenção social. Ter um papel pratico em escolas, bairros descriminados.

Há mais alguem ai?

Tuesday, September 26, 2006

Trabalho de campo no campo

A expressão “trabalho de campo” é utilizada em dois sentidos: trabalho de campo – a apanha da uva; trabalho de campo – a recolha de informações antropológicas.

A vindima (colheita da uva), para aqueles que não sabem, é um dos processos pelo qual a uva sofre até chegar á mesa de cada um.

Sábado, 23 de Setembro
07h30 o dia começa com o pequeno-almoço e com os preparos especiais com a indumentária. As galochas e os impermeáveis são vitais para o dia que se adivinhava chuvoso.

Depois de chegar à quinta fui apresentada á tesoura e às uvas – jacques, morangueiro, americana, alvarinho e du sal. (Peço desculpa se as espécies das uvas estiverem mal escritas, mas na verdade recolhi a informação oralmente e com sotaque do norte á mistura). Se hoje me colocarem um cacho de uvas à frente e me pedirem para distingui-las, saberão porque desde o início andei acompanhada e porque me limitaram a zona de acção.

Por certo a colheita da uva é um acontecimento que todos descrevem da mesma forma – com muito trabalho. Contudo a apanha da uva, na qual participei foi particular porque manifestou aspectos que relembrei da leitura dos filhos de Adão, filhos de Eva de João Pina de Cabral.
“Os laços de parentesco não desempenham um papel fundamental nas relações de cooperação estabelecidas entre casas…Os amigos associam-se no trabalho e no lazer. ” (1986:181)
“Quando um amigo nos pede um favor que podemos satisfazer, é preciso ajudá-lo, porque sabemos que, se um dia nós lhe pedirmos alguma coisa, ele nos ajudará.” (1986:179)

Éramos bastantes, mas a família não era a maioria, foram os vizinhos que se predispuseram a ajudar, vieram de várias casas.

Em Monção a uva já não é pisada, possuem máquinas que esmagam a uva, mas ainda tive o prazer de em Arcos de Valdevez ver a minha tia pisar a uva dela “porque dá mais sabor”. Perguntei, “tia, mas as mulheres podem pisar a uva?”
Ela respondeu-me: “podem, mas não devem…” e eu pensei “claro a mulher é impura”
E a minha tia continua: “já viste que os homens ficam despidos dentro da lagar, a mulher não se pode despir” e eu pensei, “ai, Marta não compliques o que é fácil de perceber.”

A minha tia para pisar a uva dela comprou um fato completo, incluía botas, e era de borracha, com ele entrou no lagar, mais que vestida e protegida.

Uma vizinha contou-me:” Mas sabe que faz bem pisar o vinho, havia aí um moço que sofria dos ossos, e o pai lembrou-se de o colocar a pisar a uva, nunca mais padeceu…o vinho faz bem aos ossos.”

E eu pensei o vinho faz bem a muita coisa, até faz acreditar