Friday, September 29, 2006

Um antropólogo em cada posto!

Não acredito que quando escolhemos Antropologia queriamos todos ser professores ou investigadores ou trabalhar em Câmaras...

Que paixão mais forte no levou a este curso?

A minha foi a sede de conhecimento que aos 12 anos me fez ler o Manifesto Comunista, mas e depois de ter feito o curso?
Ficou só a vontade de conhecer?

Bem ... eu acho que é preciso um antropólogo em cada posto...

Acho que está em nós, recém-licenciados , o poder de mudar o caminho da antropologia e tira-la do gabinete e das mãos de uns poucos iluminados.

Sabenm que nós podemos trabalhar com a policia?
Com advogados,
Com escolas,
Com médicos?

Que me dizem de lutarmos para dar um papel a nós, antropólogos, prático e não teórico?

Eu já tenho a minha ideia, usando a antropologia da performance e o antropologo como agente de intervenção social. Ter um papel pratico em escolas, bairros descriminados.

Há mais alguem ai?

Tuesday, September 26, 2006

Trabalho de campo no campo

A expressão “trabalho de campo” é utilizada em dois sentidos: trabalho de campo – a apanha da uva; trabalho de campo – a recolha de informações antropológicas.

A vindima (colheita da uva), para aqueles que não sabem, é um dos processos pelo qual a uva sofre até chegar á mesa de cada um.

Sábado, 23 de Setembro
07h30 o dia começa com o pequeno-almoço e com os preparos especiais com a indumentária. As galochas e os impermeáveis são vitais para o dia que se adivinhava chuvoso.

Depois de chegar à quinta fui apresentada á tesoura e às uvas – jacques, morangueiro, americana, alvarinho e du sal. (Peço desculpa se as espécies das uvas estiverem mal escritas, mas na verdade recolhi a informação oralmente e com sotaque do norte á mistura). Se hoje me colocarem um cacho de uvas à frente e me pedirem para distingui-las, saberão porque desde o início andei acompanhada e porque me limitaram a zona de acção.

Por certo a colheita da uva é um acontecimento que todos descrevem da mesma forma – com muito trabalho. Contudo a apanha da uva, na qual participei foi particular porque manifestou aspectos que relembrei da leitura dos filhos de Adão, filhos de Eva de João Pina de Cabral.
“Os laços de parentesco não desempenham um papel fundamental nas relações de cooperação estabelecidas entre casas…Os amigos associam-se no trabalho e no lazer. ” (1986:181)
“Quando um amigo nos pede um favor que podemos satisfazer, é preciso ajudá-lo, porque sabemos que, se um dia nós lhe pedirmos alguma coisa, ele nos ajudará.” (1986:179)

Éramos bastantes, mas a família não era a maioria, foram os vizinhos que se predispuseram a ajudar, vieram de várias casas.

Em Monção a uva já não é pisada, possuem máquinas que esmagam a uva, mas ainda tive o prazer de em Arcos de Valdevez ver a minha tia pisar a uva dela “porque dá mais sabor”. Perguntei, “tia, mas as mulheres podem pisar a uva?”
Ela respondeu-me: “podem, mas não devem…” e eu pensei “claro a mulher é impura”
E a minha tia continua: “já viste que os homens ficam despidos dentro da lagar, a mulher não se pode despir” e eu pensei, “ai, Marta não compliques o que é fácil de perceber.”

A minha tia para pisar a uva dela comprou um fato completo, incluía botas, e era de borracha, com ele entrou no lagar, mais que vestida e protegida.

Uma vizinha contou-me:” Mas sabe que faz bem pisar o vinho, havia aí um moço que sofria dos ossos, e o pai lembrou-se de o colocar a pisar a uva, nunca mais padeceu…o vinho faz bem aos ossos.”

E eu pensei o vinho faz bem a muita coisa, até faz acreditar

Thursday, September 21, 2006

A antropologia e o ambiente.

Diz Guillermo FOLADORI e Javier TAKS que “a antropologia nasceu, afinal, perguntando-se sobre a transformação antrópica que diferentes sociedades produziram em seu ambiente, sobre a continuidade e diferença da espécie humana em relação aos demais seres vivos, e sobre o lugar da consciência na evolução social.” A antropologia é “herdeira de uma vocação de “análise e intervenção”. (BROSIUS)

Sinto que é difícil viver em sociedade, a relação entre dois humanos pode ser complicada, mas o que vejo é que a relação com a natureza também não é melhor, agora pergunto o que podemos fazer para melhorar? Nós antropólogos? Nós pessoas?

O documentário de Al Gore “Uma verdade inconveniente”, explica o quão urgente é a acção individual, não podemos justificar a falta de acção pela falta de vontade politica, todos nós podemos fazer qualquer coisa. Tenho dito…

Monday, September 18, 2006

Imperialismo Católico

Depois de uma cena tão mediática e gradualmente violenta como a que se verificou com as caricaturas de Maomé, quando este fogo estava quase extinto, a figura principal da Igreja Católica, o PAPA, lembrou-se de ser imparcial, astuto, conciliador, justo, coerente e expôs as suas ideias – mais do que a do cidadão/teólogo – como líder do Império Católico sobre o Islão e o profeta Maomé .
Cada um diz o que quer, faz o que quer…e depois...pedir desculpas, quem? O Senhor Bento? Porque??? Ele lamenta ter sido mal interpretado, mas não pode pedir desculpa. Grande lição de humildade que daqui devemos retirar.
Mais, é impressionante que a Igreja Católica possa ter alguma coisa a dizer sobre terror, ao longo da história andaram de mão dada com os grandes ditadores, isentos de violência como é de conhecimento geral; as Cruzadas, a Inquisição…haveria tanto para dizer, mas são só filmes. Tento evitar os julgamentos e em guisa de conclusão confesso que o único Bento que merece o meu respeito é mesmo Manuel BENTO, guarda-redes do Benfica até 1986. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bento). Tenho dito...