Monday, May 29, 2006

Antropologia do Turismo: Músicas que cantam Lisboa



Este é o momento exacto para dizer, das cinco avaliações deste semestre, uma já está feita. Não sei, se bem feita ou mal feita, existe uma expressão que diz o tempo o dirá, aqui aplica-se mais a expressão, a pauta o dirá.
Contudo quero agradecer as vossas indicações, e dar-vos a conhecer um pouco do que foi o meu trabalho, então aqui vai:

Turista é uma pessoa que temporariamente, visita um local longe de sua casa procurando experimentar o diferente. O turista é associado ao ócio. Turismo é um conjunto de actividades livres programadas visando alterar períodos de trabalho através do relaxamento, pelo quebrar de rotinas.
O turismo, como nós o conhecemos deve-se em primeiro lugar, à invenção das férias, as férias são sinónimo de ócio. Em segundo lugar, à criação dos meios de alcance, todos os lugares do planeta são alcançáveis, eventualmente perigosos, mas com a aplicação tecnológica, até a lua se tornou um possível destino de férias. Terceiro lugar, a mediação turística. O discurso do cicerone é de referência, apresenta localmente o que é positivo para o turismo, o local aprende a mostrar-se de acordo com a sua voz. Em quarto lugar, o Nacionalismo, o conceito de Estado Nacional que nasceu em simultâneo com o turismo, proporcionou o estabelecimento de fronteiras, a criação de um território delimitado nas suas diversidades culturais e sociais.
O trabalho estabeleceu uma relação entre a antropologia e o turismo, abordou o objecto cidade numa perspectiva de turismo urbano e apresentou uma proposta alternativa para o conhecimento da cidade de Lisboa. A proposta para a criação de uma opção de visita a Lisboa, através das letras de músicas que a cantam a cidade de Lisboa.
Charlens Dickens, Gustave Flaubert, Dostoievski, William Blake, Eça de Queiroz, Júlio Dinis, entre outros, promoveram a ideia da cidade sedutora, um local de libertinagem e fundamental na difusão cultural. A cidade como objecto desconhecido e espaço comum a diferentes utilizadores, inspirou a escrita, a pintura e a música.

MÚSICAS QUE SE INSPIRARAM NA CIDADE DE LISBOA: É Terça- Feira de Sérgio Godinho; Carlos Do Carmo: Nova Feira Da Ladra; O Cais Do Sodré de Rodrigo; UHF: Rua Do Carmo; O Elevador Da Glória dos Rádio Macau; Lisboa dos Pólo Norte; Leitaria Garrett do Vitorino; Cheira A Lisboa de Carlos Dias e César De Oliveira; MADREDEUS: Alfama; MADREDEUS: O Tejo; Sérgio Godinho: Lisboa Que Amanhece; Lisboa Menina e Moça de Carlos Do Carmo; Lisboa, Lisboa, Lisboa, de Eurico Augusto Cebolo; MADREDEUS: Ai Mouraria; MADREDEUS: Céu Da Mouraria; MADREDEUS: Faluas Do Tejo; Amália Rodrigues: Maria Lisboa; Amália Rodrigues: Madrugada De Alfama, entre outras tantas…

Para alguns o turismo é um escape, a ruptura com a rotina, para outros é uma forma de estar na vida, reproduzem, através das suas acções e discursos, uma identidade fabricada como autêntica. Para outros é a única forma de arranjar um emprego. Não importa que papel desempenhemos, como cientistas sociais, temos o dever de observar estes movimentos inatos ao homem e registrá-los. Esta necessidade torna-se premente, quanto mais nos aproximamos da globalização do conhecimento e da uniformização do mesmo.
Pretendi com este trabalho demonstrar que desde os primórdios o homem viaja e tenta ir mais e mais além, a bíblia, o livro mais antigo da humanidade atesta esta afirmação. A história da humanidade está repleta de narrativas, de invasões, de conquistas, de descobertas de uns povos por outros povos. O turismo está para a antropologia como a antropologia está para o homem.

Tuesday, May 16, 2006

E nós?

Para os leitores menos conhecedores do percurso da antropologia, gostaria de elucidar que os antropólogos estão associados ao colonialismo, assim como o sal está associado à água do mar.
A verdade é que os países colonizadores pretendendo mostrar interesse para com os povos colonizados, pediam aos antropólogos (entre outros cientistas sociais) a realização de trabalhos de observação. Esses trabalhos (monografias) deveriam descrever a realidade local e o resultado dependia do rigor do antropólogo, ou do governo. Enfim…
O caso que me fez parar e pensar, relaciona-se com o trabalho que estou a desenvolver sobre o Ruanda.
O governo belga (colonizador) quando chegou ao Ruanda tentou recolher a história daquele povo, das suas três castas: Tutsi, Hutu e os Twa. Só esta classificação daria uma longa dissertação.
Contudo o que eu quero mencionar é que talvez por falta de rigor, por falta de vontade ou mesmo por muita ignorância foram feitas três coisas:
1º Ocupação de um território que não lhes pertencia.
2º Construção de uma história de dominação (os Tutsis como superiores aos Hutus).
3º Perante um genocídio, assim como aconteceu nas Américas, no Oriente e até na Europa (o Holocausto), assim como aconteceu e acontece, novamente ninguém viu.

O genocídio foi em 1994, mas foi hoje que eu chorei ao ver o filme Shooting Dogs, tenho pena que tenha acontecido, mas aconteceu…
Eu espero que a antropologia possa aprender com o seu passado, o que fez de bom e o que fez de mau, e que os seus seguidores saibam reflectir para não caírem nos mesmos erros. Rigor, exactidão e imparcialidade, claro nunca esquecendo “o diário de campo”, devem ser as nossas armas.
Se temos que errar, comunidade antropóloga, ao menos que o erro seja diferente, há tanto por onde errar e aprender. E ainda bem que existem essas oportunidades, para nós as aproveitarmos. Como diz a última frase do filme:” Todo este tempo que temos (que nos foi dado), temos de o usar bem.”

Monday, May 15, 2006

Os antropologos de south park ...





Sunday, May 07, 2006

Posse


Vem cá! Assim, vertivalmente!
Achega-te...Docemente...
Vou olhar-te...E, no teu olhar, colher
promessas do que quero prometer,
até à sincope do amor na alma!
Colemos as mãos, palma a palma!
A minha boca na tua, sem beijo...
Desejo-te, até o desejo se queixar que dói.

E sou tua, como nenhuma foi

http://nescritas.nletras.com/poetaseroticos